sábado, 29 de novembro de 2008

Nada fica


Nada fica de nada. Nada somos.

Um pouco ao sol e ao ar nos atrasamos

Da irrespirável treva que nos pese

Da humilde terra imposta,

Cadáveres adiados que procriam.





Leis feitas, estátuas vistas, odes findas —

Tudo tem cova sua. Se nós, carnes

A que um íntimo sol dá sangue, temos

Poente, por que não elas?

Somos contos contando contos, nada.



Ricardo Reis (Fernando Pessoa)
Na foto: Ana Pimenta & Verónica Bernardo


Ana Pimenta nº3

3 comentários:

Anónimo disse...

Apesar de triste Adorei o poema Ana e a foto está linda:)
beijº

Anónimo disse...

Obrigada Carla! :)

Verónica!
A Tua bolacha esmigalhada tava dentro daquela bolsa! ^^

Prof.ª Diana Tavares disse...

maravilha de bolacha... estava ali toda aconchegadinha e tudo, não admira tenha vindo inteirinha..=)

Beijinhos*

Verónica Fraga nº18