Estou a escrever, porque quero deixar nesta folha de papel todo o meu sofrimento, todas as minhas desilusões, todos os meus medos, todos os meus fracassos, todas as minhas incertezas, tudo o que me perturba.
Sinto-me perdida, sem direcção. Não sei o que fazer, o que fazer, o que pensar, o que sentir, não sei nada e nem sei se quero saber, pois esse querer pode levar-me ao sofrimento, e eu não quero.
Chega de viver uma vida sem sentido, sem razão... Quero ter a certeza do mundo onde vivo, a certeza dos meus e dos teus sentimentos, da minha e da tua existência, de tudo o que me rodeia a mim e a ti!
Quero viver sem ter de questionar o inquestionável, quero viver sem sofrer,sem chorar, sem duvidar...
Porque temos de viver sempre na incerteza? Porque não podemos possuir a verdade? Porquê?
Bem, se todos estes porquês existem, devem ter razão de ser. Mas é tão difícil compreender a sua existência! Escrevo todos estes desabafos, para que um dia possa encontrar a verdade de todos estes porquês, e para que possa responder a esta carta de uma forma mais justa e digna, pois não é digno nem justo viver sem certezas, viver sem verdades absolutas, viver a questionar e a ser questionado.
Agora, no fim de escrever esta carta, vou atirá-la ao mar, para que a única possuidora da razão da nossa existência possa levar estes pensamentos para bem longe, de maneira a que nunca se cruzem novamente na minha vida.
Postado por: Vera Teixeira Nº17
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