quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Ai, Palavras








Ai, palavras, ai palavras,



que estranha potência, a vossa!



Ai, palavras, ai palavras,



sois o vento, ides no vento,



e, em tão rápida existência,



tudo se forma e transforma!



Sois de vento, ides no vento,



e quedais, com sorte nova!



Ai, palavras, ai palavras,



que estranha potência, a vossa!



Todo o sentido da vida



principia à vossa porta;



o mel do amor cristaliza



seu perfume em vossa rosa;



sois o sonho e sois audácia,



calúnia, fúria, derrota…



A liberdade das almas,



ai! com letras se elabora…



E dos venenos humanos



sois a mais fina retorta:



frágil como o vidro



e mais que o são poderosa!



Reis, impérios, povos, tempos,



pelo vosso impulso rodam…



Cecília Meireles




( Postei aqui este poema, pois ele fala do bom e do mau uso da palavra, o que está contextualizado na âmbito na matéria que estamos a dar.)










Carla Vieira nº5

2 comentários:

Anónimo disse...

Muito bem Carla =)

Anónimo disse...

O poema está mesmo lindo... Muito bem Litty =)

Beijinhos*