quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Oh, malfadado amor impossível!

Ora bem, estou aqui sentada sem saber o que fazer, quero relaxar após algum tempo de estudo intensivo, automaticamente, penso em publicar algo no blog, mas o quê? Só me apetece escrever, mais nada.... Reflicto sobre o meu dia, bastante agradável devo dizer (exceptuando quando me dão aqueles ataques de mau humor injustificáveis, impulsionados por uma força desconhecida que eu suponho que sejam os astros: quem é que me mandou ser do signo gémeos, com ascendente sagitário?)... Continuando... Adorei o tempo passado na biblioteca da escola, rodeada por amigas espectaculares, trocando impressões sobre trabalhos, professores, livros, cinema, (ginecologistas),... Muito bons momentos realmente, mas não quero escrever sobre amizade, porque já o fiz anteriormente, e porque amizade não se escreve, vive-se! Quero escrever sobre algo que me faça feliz, não vou escrever sobre dança (já o fiz), nem sobre a escrita (faço-o constantemente), nem teatro, nem, nem, nem... vou escrever sobre comida, sim, comida...
Digamos que, comida é o demóniozinho da maioria das mulheres e, sobretudo, da maioria das adolescentes, ao mesmo tempo, comida é uma espécie de anjo que traz felicidade aos corações mais despedaçados, que põe um sorriso resplandecente nos lábios de alguém que chora, que me faz levitar, que... ok eu sei que é estranho, mas neste blog só se fala de sentimentos importantes, de atitudes nobres, de gostos intelectuais, e onde fica a comida no meio disto tudo, eu gosto de comer, eu não como para viver eu vivo para comer, não estará isto carregado de filosofia?
Quem nunca sonhou com um bom cozido à portuguesa, um fantástico shop-soi de gambas, um doce Napoleão como sobremesa após umas deliciosas tripas enfarinhadas?! Mas, para meu penoso sofrimento, apenas sonho, nada mais, com tudo isto, porque ninguém pode comer aquilo que quer, já pensaram para onde iria o Napoleão? Directamente para as ancas, directamente para o sangue, directamente para o coração, e depois não estaríamos simplesmente a alimentar a nossa gula, mas o colesterol, a diabetes, o peso marcado na balança,... oh! tormento daqueles que amam e não podem viver esse amor! Dizem que a gula é um pecado mortal, e que sofreremos na próxima vida as repercussões desse odioso pecado, mas se já sofremos as repercussões dele quando nos olhamos ao espelho ou quando fazemos análises, para quê arder no Inferno por causa disto? (injusto, muito injusto)!
Oh, doce Romeu, que de amor caístes por Julieta e de amor morrestes em seus níveos braços, entendes com certeza a dor que meu pobre coração sente, ao observar os doces profiteroles e amorosos queijos, afastados eternamente do meu sensitivo paladar! E porquê? Porque sou serva do meu corpo (admito futilidade neste ponto) e, sobretudo, serva da minha saúde! Haverá dor mais hedionda? (claro que há, mas vamos acreditar que não por um momento) Nem Hércules quando viu morrer Mégara, nem Clitemnestra quando sacrificaram Ifigénia, entendem o tormento por que passo! Quem me dera comer, comer, sem nenhum efeito secundário. "O coma das palavras não nos deixa gritar que temos fome", bem dito por José Carlos Ary dos Santos (homem bastante volumoso por sinal), é certo que a frase tem um significado mais profundo, mas vejo-a como uma forma de dizer que, nenhum texto será suficiente para explicar o terrífico que é, viver envolvida eternamente numa dieta meticulosa e constante, sentindo uma culpa avassaladora após uma pequena transgressão!
Termino aqui este desabafo, apenas queria descontrair após um tempo prolongado de estudo, numa cozinha recheada sumptuosamente....
Verónica Fraga nº18

2 comentários:

Sandra disse...

Adorei, Verónica!
tu realmente tens grande jeito para escrever! :D

beijo*

Anónimo disse...

Verónica...
És excelente! *-*