quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Não me interessa saber o que fazes para ganhar a vida.
Quero saber aquilo por que anseias e se te atreves a sonhar com a realização dos teus desejos.
Não me interessa qual é a tua idade.
Só quero saber se és capaz de te arriscares e pareceres maluco, por amor, pelos teus sonhos, pela aventura de estares vivo.
Não me interessa que planetas enquadram na tua lua.
Quero saber é se tocaste no âmago do teu próprio desgosto, se estiveste aberto às traições da vida ou se te tornaste fechado e encolhido com receio que mais desgostos viessem.
Quero saber se és capaz de suportar a dor, a minha ou a tua, sem tentares te esconder para a ocultar ou atenuar.
Quero saber se podes sentir alegria, a minha ou a tua, se és capaz de dançar loucamente e deixar que o êxtase te inuada até às pontas dos dedos sem nos dizer para ter cautela, para sermos realistas, para recordar-mos a limitações de sermos humanos.
Não me interessa se a história que me estás a contar é verdadeira ou não.
O que quero é saber se és capaz de desapontar alguém para seres verdadeiro contigo mesmo, se és capaz se suportar as acusações de traição sem atraiçoares a tua própria alma, se podes não ser fiel aos teus compromissos e, no entanto seres de confiança.
Quero saber se és capaz de ver a beleza mesmo quando ela não é bonita, e se podes basear a tua própria vida na tua presença.
Quero saber se és capaz de viver com o fracasso, o teu e o dos outros, e mesmo assim ficares de pé.
Não me importa saber onde vives, ou quanto dinheiro tens.
O que preciso saber é se és capaz de te levantares, cansado e exausto depois de uma noite de desespero.
Não me interessa saber quem conheçes, ou como vieste aquio parar.
O que quero é perceber se serás capaz de ficar no centro do fogo, comigo, sem recuar.
Não me importa conhecer o que estudaste , onde estudaste, ou com quem.
O que quero é saber o que te mantém de pé, interiormente, quando tudo o resto falha.
Quero saber se és capaz de estar sozinho contigo mesmo e se gostas verdadeiramente da companhia que propocionas a ti próprio nos momentos vazios.
...
(Convite à Meditação, adaptado)

Ana Pimenta nº3

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