
“…e não imagino hipóteses apenas as experimento.
O senhor Moura não fala, não chora, não pede, nem sequer abre os olhos. Limita-se ao que lhe dão: come pelas mão de outra pessoa e o seu corpo velho e fragil depende de inúmeros medicamentos que o fazem dormir quase todo o dia. A sua rotina do quotidiano limita-se ao essencial da subrevivêcia.
Agora pergunto o que é que este senhor pensa? O que é que este senhor sente? Este homem é feliz? Como é depender dos outros para tudo?
Um homem que à meia dúzia de anos contava como foi a sua mocidade com um sorriso rasgado se orelha a orelha... Lembrava os amigos, as festas, a família, as aventuras etc... E ainda de passa em passa dos seus habituais cigarros, brincava e encantava as pessoas... Também lembrava a sua má sorte,:o facto de não ter conseguido constituir uma família e um tecto, o que o destinara após a reforma a um lar de caridade... Mas apesar de tudo, era feliz soube viver com o que tinha.
Infelizmente pode-se dizer que foram bons tempos... Agora está , limitado a uma cama. E em volta dele existe uma espécie de cerco. Um cerco que impede conectividade de sentimentos vivências, historias, enfim de vida... Este cerco isola-o dos outras e principalmente de si mesmo!
No entanto:
Por mais mal que se esteja, há, ou melhor devia de sempre haver alguém para nos agarrar a nossa mão. Nem que fosse só para nós sentirmos a energia e força de uma vida num corpo fraco e derrotado pela existência...
(Trabalho de aula)